Seria o caso de Shanti Devi uma das provas concretas de reencarnação?
Essa é uma daquelas histórias que colocam uma pulga atrás da orelha até mesmo nos mais céticos. Shanti Devi foi uma indiana, nascida em 11 de dezembro de 1926 na cidade de Delhi, que ficou mundialmente famosa pela história de sua suposta reencarnação.
Desde criança, ainda na década de 1930, Shanti frequentemente contava para seus pais fatos detalhados de uma vida passada, onde se chamava Ludgi. Já aos quatro anos de idade, a garota dizia a seus pais que sua verdadeira casa ficava na cidade de Mathura, e que lá havia vivido com seu marido e um filho. Primeiramente, seus pais não a compreendiam e ignoravam – o que fez com que ela tentasse fugir de casa, sem sucesso.
Foi então que um tio-avô decidiu ajudar Shanti, pedindo para que ela detalhasse o que sabia sobre seu suposto marido que morava em Mathura. Com as informações da garota em mãos, uma amiga da família enviou uma carta para o endereço onde ela havia dito que seu marido, que chamava de Choube Kedar Nath, morava.
Pouco tempo depois, uma reposta veio, atestando que as informações da garota pareciam estar corretas, e sugerindo um encontro entre Shanti e um parente de Choube Kedar Nath, Kanji Mal. Ao encontrá-lo, a garota o reconheceu como o primo mais novo do seu antigo marido, e respondeu a todas as suas perguntas corretamente. Depois da conversa, Kanji Mal atestou estar convencido de que Shanti era, na verdade, Ludgi. Curioso, também, foi o fato de que a garota, ainda criança, conhecia o dialeto local da cidade, sem nunca ter tido aulas ou contato com alguém que o falasse. Pelo menos nesta vida.
No dia 13 de novembro de 1935, o homem chamado Kedar Nath, junto com sua terceira esposa, foi até a casa de Shanti Devi em Delhi. A garota reconheceu seu marido e seu filho (que agora era mais velho que ela) e desabou em lágrimas por cerca de uma hora. Depois disso, em uma sala separada, Kedar fez uma série de perguntas íntimas para a garota – as quais ela respondeu tranquilamente. O homem também se convenceu de que se tratava de Ludgi.
Doze dias mais tarde ela foi levada a se encontrar com Mahatma Gandhi, para que o líder avaliasse a veracidade da sua história. Shanti passou por uma série de análises realizadas por Gandhi e seu comitê, e foi observada de perto durante um bom tempo. Depois de responder uma série de perguntas e reconhecer pessoas que fizeram parte da vida de Ludgi, Gandhi simplesmente não conseguiu provar que a garota estava mentindo.
Apesar de ter reencontrado a família de que tanto falava, Shanti obviamente tinha convicção de que não seria capaz de cuidar de seu antigo filho, e que seu marido (que já estava casado novamente) era muito mais velho que ela para constituir uma família. Por conta disso, a garota acabou decidindo por se afastar da família de sua vida passada para viver em Delhi.
Ela foi encontrada em 1958 por um repórter que tentava abordar o caso novamente. Shanti levava uma vida discreta como funcionária pública em Delhi e decidiu não comentar sobre sua vida passada, pois havia sido muito difícil deixá-la para trás, e não queria mais sofrer.
O escritor sueco Sture Lonnestrand foi um dos que duvidou da história que correu o mundo no século passado. Decidido que de a história de Shanti não passava de uma grande farsa, ele percorreu Delhi e Mathura, investigando tudo o que pudesse, determinado a provar a farsa. No entanto, toda sua pesquisa não conseguiu encontrar sequer um ponto que contrariasse a ressurreição da garota. No final, Lonnestrand escreveu: “Este é o único caso de reencarnação completamente explicado e provado”. No entanto, para outros autores, como Frederico Wood, Lonnestrand exagerou, tornou-se um fanático pelo caso e acabou ignorando outras ocorrências de reencarnação já presentes na literatura.
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